O Professor é nossa vida
Quem não se lembra de seus professores marcantes, aqueles que nos ajudaram com seus exemplos, aqueles que corrigiram nossos erros, que se preocuparam conosco, que sofreram com nossas dúvidas e ansiedades, que nos impulsionaram a autoestima, que ajudaram a construir nosso caráter, personalidade e rede de conhecimentos (conteúdos e pessoas)?
A educação começa na família e deve evoluir nos ambientes educacionais, moldar cidadãos para a vida e para o trabalho, independentemente da origem étnica, religiosa, sociocultural e econômica.
“Meu filho, você respeite sua professora, porque ela é sua mãe na escola”, é o que dizem milhares de mães que trabalham, que sonham com um dia melhor para seus filhos. É o testemunho que me fazem as mães e avós com as quais interajo nas unidades escolares da periferia de Campinas.
Tem cabido ao professor uma tarefa gigantesca, a de compensar a falta de afeto, a de conduzir a todos e a cada um a cada uma esperança, ainda que suas condições de trabalho estejam longe do ideal.
O dia do professor deve ser comemorado com entusiasmo pela sociedade, seja aquele que trabalha na rede pública ou privada, aquele que trabalha com crianças, jovens, adultos, aquele que capacita trabalhadores, exerce orientação pedagógica, dirige, supervisiona, monitora ou que pesquisa, forma profissionais, ou que tem a difícil missão de acolher, sem qualquer discriminação, os portadores de necessidades especiais.
Nosso país só tem futuro se nossos professores receberem da sociedade o tratamento privilegiado e compatível com o futuro que desejamos para nossas crianças.
Infelizmente ainda estamos longe de vivenciar esse quadro, na medida em que a remuneração não tem sido competitiva e tem afastado da educação jovens que preferem carreiras mais “sedutoras”, nas quais não sofram ameaças e violência, nas quais se sintam valorizados.
Muito se tem feito no Brasil para melhorar a educação, mas nossos números ainda nos envergonham, seja pela falta de vagas para todos nas creches, seja pela qualidade do ensino que precisa melhorar, seja pela evasão de muitos nas idades regulares de sua escolaridade.
Se há alguém que tem tentado fazer sua parte é o professor, ainda que precise se capacitar permanentemente, acompanhar a evolução científica e tecnológica, ou mesmo precise mudar práticas pedagógicas todo o tempo para que alunos das novas gerações gostem da escola e se encantem com conteúdos lúdicos e transversais que oferece aos alunos, em constante interação e inserção.
Vem aí o Plano Nacional de Educação e em seguida nosso Plano Municipal. Vamos todos nos envolver com eles, para que metas construídas, por meio de ampla participação, possam ser implementadas e cobradas nos próximos dez anos, como compromisso de todos, a começar pelas autoridades públicas.
Além de metas para o atingimento da universalização de acesso e permanência nas escolas, do resgate da qualidade na formação, do atingimento de indicadores de concreta evolução, precisamos garantir uma nova realidade para os docentes e gestores, para que sintam que a sociedade sente por eles a mesma valorização que sentem pelos seus alunos.
Isso não pode ser atitude isolada de uma só entidade federativa, estadual ou municipal, mas um compromisso de toda a sociedade.
Sempre me lembro e agradeço a minhas professoras e professores por tudo o que sou. Gessy, Leonor, Yolanda e Sofia foram minhas professoras no ensino fundamental público, no início de minha vida. Dona Yolanda faleceu na semana retrasada, com 94 anos. Acompanhou-me em toda a minha vida, telefonava, incentivava, onde eu estivesse. Fui ao seu sepultamento físico.
Para mim ela não morre jamais. Falo dela para meus filhos, para que também a conheçam e reconheçam nela os professores significativos de suas vidas.
Há ainda muito a construir em favor da educação e do professor, como ocorreu em outros países. É uma tarefa duríssima, mas inadiável, em que cada passo é uma contribuição infinita, uma vontade política.
Parabéns aos professores que lutam, sorriem e choram com seus alunos, que sabem de seu papel transformador na sociedade, que são a vida de seus alunos e a esperança de suas famílias. Há muito o que comemorar, sem descuidar da luta.
Prof. Eduardo Coelho
(extraído de: PMC)
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