terça-feira, 21 de junho de 2011

EMEI "Reino Encantado' - Agrupamento III D

PLANO DE ENSINO 
- AGRUPAMENTO III D -
Responsável: Profª Cássia

O dia a dia nas escolas de educação na escola infantil é desafiador e complexo. Entre crianças, brincadeiras, papéis, livros, tintas e muito dinamismo, ocorrem incessantes reflexões acerca da prática pedagógica docente, dos referenciais teóricos escolhidos para embasar os trabalhos e das concepções de infância que construímos através de nossa vivencias profissionais.
A criança sujeito de direitos é concebida como ator social, é necessário mudar o olhar à criança como algo fragmentado, incompleto e sim olhar e ouvir sua fala para que possa começar a entender como constrói sua cultura, como olhar essa criança como protagonista na educação infantil.
A infância está em sua maioria vinculada ao brincar, mas existem várias outras situações que a criança se apresenta criadora e manifestante da sua cultura, observando-as no cotidiano podemos ouvir suas histórias, contadas e recontadas seu faz-de-conta, dramatização, seus desenhos e pinturas, enfim suas produções culturais, para tanto é necessário oportunizar esses momentos e essa experiências.

Eixo Temático deste Ano: Meio Ambiente

Porque trabalhar com Educação Ambiental na Educação Infantil?
“É o sentimento que nos faz sensíveis ao que está à nossa volta, que nos faz gostar ou desgostar. É o sentimento que nos une às coisas e nos envolve com as pessoas. É o sentimento que produz encantamento face à grandeza dos céus, suscita veneração diante da complexidade da Mãe-Terra e alimenta enternecimento face à fragilidade de um recém-nascido. Esse sentimento profundo se chama cuidado. Somente aquilo que passou por uma emoção, que evocou um sentimento e provocou cuidado em nós, deixa marcas indeléveis e permanece definitivamente”. (BOFF, 1999).
As crianças refletem e gradativamente tomam consciência do mundo de diferentes maneiras em cada etapa do seu desenvolvimento. As transformações que ocorrem em seu pensamento se dão simultaneamente ao desenvolvimento da linguagem e de suas capacidades de expressão.
Á medida que crescem se deparam com fenômenos, fatos e objetos do mundo; perguntam, reúnem informações, organizam explicações e arriscam respostas; ocorrem mudanças fundamentais no seu modo de conceber a natureza e a cultura.
Nos primeiros anos de vida, o contato com o mundo permite à criança construir conhecimentos práticos sobre seu entorno, relacionados à sua capacidade de perceber a existência de objetos, seres, formas, cores, sons, odores, de movimentar-se nos espaços e de manipular os objetos. Experimentar expressar e comunicar seus desejos e emoções, atribuindo as primeiras significações para os elementos do mundo e realizando ações cada vez mais coordenadas e intencionais, em constante interação com outras pessoas com quem compartilha novos conhecimentos.
Ao lado de diversas conquistas, as crianças iniciam o reconhecimento de certas regularidades dos fenômenos sociais e naturais e identificam contextos nos quais ocorrem. Costumam repetir uma ação várias vezes para constatar se dela deriva sempre à mesma conseqüência. Inúmeras vezes colocam e retiram objetos de diferentes tamanhos e formas em baldes cheios d água, constatando intrigadas, por exemplo, que existem aqueles que afundam e aqueles que flutuam. Observa, em outros momentos, a presença da lua em noites de tempo bom e fazem perguntas interessantes quando localizam no céu durante o dia.
Movidas pelo interesse e pela curiosidade e confrontadas com as diversas respostas oferecidas pro adultos, outras crianças e/ou por fontes de informação, como livros, noticias e reportagens de rádio e TV etc., as crianças podem conhecer o mundo por meio da atividade física, afetiva e mental, construindo explicações subjetivas e individuais para os diferentes fenômenos e acontecimentos. Quando menores forem as crianças, mais suas representações e noções sobre o mundo estão associadas diretamente aos objetos concretos da realidade conhecida, observada, sentida e vivenciada.
“O crescente domínio e uso da linguagem, assim como a capacidade de interação, possibilitam, todavia, que seu contato com o mundo se amplie, sendo cada vez mais mediado por representações e por significados construídos culturalmente.” (NAESS, 1999, p. 84).

Objetivo Geral
Considerando os valores culturais que a criança já possui (saberes) e tendo como eixo temático o meio – ambiente vamos ampliar e acrescentar novos conhecimentos de forma a possibilitar a formação de sua cidadania (respeito, responsabilidade, cooperação, inclusão, etnia, etc).

Identidade e Autonomia
“O saber que não vem da experiência não é realmente saber” Vygotsky

Objetivos:
  • Adotar hábitos de autocuidado, valorizando as atitudes relacionadas com a higiene, alimentação, conforto, segurança, proteção do corpo e cuidados com a aparência;
  • Brincar;
  • Ter uma imagem positiva de si, ampliando sua autoconfiança, identificando cada vez mais suas limitações e possibilidades e agindo de acordo com elas;
  • Identificar e enfrentar situações de conflitos utilizando seus recursos pessoais, respeitando as outras crianças e adultos, exigindo reciprocidade;
  • Estabelecer vínculos de afetividade, de confiança e de segurança.
Conteúdos
  • Iniciativa para resolver pequenos problemas do cotidiano, pedindo ajuda se necessário;
  • Participação em situações de brincadeira nas quais as crianças escolham os parceiros, os objetos, os temas, o espaço e as personagens;
  • Participação de meninos e meninas igualmente em brincadeiras de futebol, casinha, pular corda, etc.;
  • Participação na realização de pequenas tarefas do cotidiano que envolva ações de cooperação, solidariedade e ajuda na relação com os outros;
  • Respeito às características pessoais relacionadas ao gênero, etnia, peso, estatura, etc.;
  • Conhecimento, respeito e utilização de algumas regras elementares de convívio social;
  • Valorização dos cuidados com os materiais de uso individual e coletivo;
  • Utilização adequada dos sanitários;
  • Procedimentos básicos de prevenção a acidentes e autocuidado.


Estratégias:
  • Jogos
  • Espelho: construção e afirmação da imagem corporal;
  • Maquiagem, adereços e fantasias;
  • Faz de conta;
  • Brincadeiras: “Siga o Mestre”, “Seu Lobo”, “Estátua”.


Linguagem Oral e Escrita
“O processo de ensino-aprendizagem inclui sempre aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre essas pessoas” Vygotsky
Objetivos
  • Desenvolver a comunicação oral ;
  • Ampliar os conhecimentos sobre o sistema da escrita, trocando experiências e elaborando textos coletivos com a professora como escriba;
  • Realizar atividades em grupo, compartilhando decisões e respeitando opiniões;
  • Apreciar a leitura feita pelo professor;
  • Interessar-se pelo mundo da leitura e escrita;
  • Reconhecer seu nome escrito nas diversas situações do cotidiano;
  • Interessar-se por escrever palavras e textos ainda que não de forma convencional;
  • Escolher os livros para ler e apreciar.

Conteúdos
  • Uso da linguagem oral para conversar, brincar, comunicar e expressar desejos, necessidades, opiniões, preferências e sentimentos e relatar suas vivências nas diversas situações de interação presentes no cotidiano;
  • Elaboração de perguntas e respostas de acordo com os diversos contextos de que participa;
  • Leitura e escrita;
  • Respeito aos colegas e à diversidade de opiniões;
  • Conhecimento e reprodução de jogos verbais, como trava-línguas, parlendas, adivinhas, quadrinhas, poemas e canções;
  • Uso da linguagem.

Estratégias
  • Leitura: ambiente aconchegante com livros de diversos gêneros, de diferentes autores, revistas, histórias em quadrinhos, jornais, suplementos, trabalhos de outras crianças, propagandas;
  • Uso da escrita em diversos contextos;
  • Faz de conta: embalagens diversas, livros de receitas, blocos para escrever, talões com impressos diversos, encartes de supermercado;
  • Projeto Maleta da Leitura;
  • Socialização dos registros nos cadernos da Maleta de Leitura e Etnia;
  • Projeto Biblioteca;
  • Socialização dos registros da Mascote;
  • Roda da conversa;
  • Ajudante do dia.


Natureza e Sociedade
Objetivos
  • Interessar-se e demonstrar curiosidade pelo mundo social e natural, formulando perguntas, imaginando soluções para orientá-lo, manifestando opiniões próprias sobre os acontecimentos, buscando informações e confrontando;
  • Estabelecer algumas relações entre o modo de vida característico de seu grupo social e de outros grupos;
  • Estabelecer algumas relações entre o meio ambiente e as formas de vida que ali se estabelecem, valorizando sua importância para a preservação das espécies e para a qualidade da vida humana;
  • Conhecimento do próprio corpo por meio do uso e da exploração de suas habilidades físicas, motoras e perceptivas;
  • Conhecer e vivenciar produções culturais brasileiras com influências africanas, indígenas e orientais.
  • Conhecimento e valorização da cultura do campo e diferenciação com a da Cidade (meio rural e urbano)

Conteúdos
  • Formulação de perguntas;
  • Participação ativa na resolução de problemas;
  • Utilização, com ajuda do professor, de diferentes fontes para buscar informações, como objetos, fotografias, documentários, relatos de pessoas, livros, mapas;
  • Leitura e interpretação de registros, como desenhos, fotografias e maquetes;
  • Participação em atividades que envolvam histórias, brincadeiras, jogos e canções que digam respeito às tradições culturais de sua comunidade e de outras;
  • Identificação de alguns papéis sociais existentes em seus grupos de convívio, dentro e fora da escola;
  • Respeito à diversidade.

Estratégias
  • Mapas;
  • Globo Terrestre;
  • Passeio no entorno da escola;
  • Vídeos e filmes sobre as diferentes culturas: “Kiriku e a Feiticeira”, “Tainá”; etc.
  • Leituras: “Chuva de Manga”, “Romeu e Julieta”, “Menina bonita do laço de fita”, “Pedro e Tina”; “Tudo bem ser diferente”; “Turma do UTI lixo”; “Diário de uma minhoca”, “Onde estamos”; etc.
  • Teatro SANASA com abordagem sobre a dengue;
  • Leitura de imagens e objetos;
  • Leitura de livros, enciclopédias, revistas e jornais;
  • “Jogos e brincadeiras de outras épocas, além da confecção de brinquedos folclóricos de outros povos, os quase incorporamos a nossa cultura, tais como: “cinco-Marias” – origem portuguesa”; “peteca” – origem indígena, entre outros.
  • Higiene corporal, bucal e educação alimentar;
  • Confecção do boneco “Cuca Verde”, o qual se trabalha a germinação, criação de um canteiro com flores na sala; etc.
  • Maquete da cidade e do campo.


Linguagem Lógico Matemática
Objetivos
  • Reconhecer e valorizar os números, as operações numéricas, as contagens orais e as noções espaciais como ferramentas necessárias no seu cotidiano;
  • Levantar hipóteses em situações-problema relativas a quantidades, espaço físico e medida, utilizando a linguagem oral e a linguagem matemática;
  • Ter confiança em suas próprias estratégias e na sua capacidade para lidar com situações matemáticas novas, utilizando seus conhecimentos prévios.
Conteúdos
  • Utilização da contagem oral nas brincadeiras e em situações nas quais as crianças reconheçam sua necessidade;
  • Comunicação de quantidades, utilizando a linguagem oral, a notação numérica e/ou registros não convencionais;
  • Identificação de números nos diferentes contextos em que se encontram;
  • Comparação de escritas numéricas, identificando algumas regularidades.

Estratégias
  • Brincadeiras e cantigas que incluem diferentes formas de contagem “A galinha do vizinho bota ovo amarelinho...”, “Um, dois, três, indiozinhos...”, “Um, dois, feijão com arroz...”;
  • Amarelinha;
  • Registro na lousa das presenças;
  • Empilhar, classificar objetos;
  • Gráfico para escolha de nomes para a turma, quantos meninos/meninas na turma;
  • Calendário;
  • Culinária na sala;
  • Tamanhos, pesos, volumes, temperatura;
  • Jogos de construção;
  • Blocos lógicos;
  • Faz de conta: feira, supermercado, utilizando dinheiro;
  • Dança das cadeiras, quebra-cabeças, labirintos, jogos de encaixe, jogos de cartas, jogo da velha, coleções.


Brincar
Objetivos
  • Desenvolver a identidade e a autonomia;
  • Desenvolver capacidades como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação;
  • Diferenciar papéis no faz de conta;
  • Representar e comunicar e uma forma específica que uma coisa pode ser outra, que uma pessoa pode ser uma personagem, que uma criança pode ser um objeto ou animal, que um lugar faz de conta é outro;
  • Internalizar e elaborar suas emoções e sentimentos, desenvolvendo um sentido próprio de moral e de justiça.

Conteúdos
  • Construção do sujeito;
  • Interação social;
  • Cooperação, respeito, solidariedade, amizade;
  • Reconhecimento progressivo do próprio corpo e das diferentes sensações e ritmos que produz;
  • Interesse pelas brincadeiras e pela exploração de diferentes brinquedos;
  • Escolha de brinquedos, objetos e espaços para brincar;
  • Identificação de situações de risco no seu ambiente mais próximo.

Estratégias
  • Faz de conta;
  • Fantasias;
  • Maquiagem e adereços;
  • Brinquedos diversos;
  • Jogos: quebra-cabeça, corda, bola, bambolê, labirinto;
  • Cantinhos;
  • Resgate de brinquedos e brincadeiras folclóricas;
  • Confecção de peteca, pipa, bilboquê;
  • Amarelinha, pega-pega, futebol, tiro ao alvo, pesca, boca do palhaço, quadrilha.

Avaliação

Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, na seção II, referente à Educação Infantil, artigo 31, preconiza que: “(...) a avaliação far-se-á mediante o acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental”. A esse respeito, é oportuno as considerações de HOFFMANN (2002), quando afirma que quem procura um médico está em busca de pelo menos duas coisas, um diagnóstico e um remédio para seus males. Imagine sair do consultório segurando nas mãos, em vez da receita, um boletim. Estado geral de saúde nota seis, e ponto final. Doente nenhum se contentaria com isso. E os alunos que recebem apenas uma nota no final de um bimestre, será que não se sentem igualmente insatisfeitos? Se a escola existe para ensinar, de que vale uma avaliação que só confirma “a doença”, sem orientá-la ou mostrar sua cura? Assim como o médico, que ouve o relato de sintomas, examina o doente e analisa radiografias, o professor também tem à disposição diversos recursos que podem ajudar a diagnosticar problemas de sua turma. É preciso, no entanto, prescrever o remédio. 
“A avaliação escolar, hoje, só faz sentido se tiver o intuito de buscar caminhos para a melhor aprendizagem’’ (p. 27).
Observar e compreender o dinamismo presente no desenvolvimento infantil é fundamental para redimensionar o fazer pedagógico. Essa compreensão influenciará diretamente na qualidade da interação dos professores com a infância.
O conhecimento de uma criança é construído em movimento de idas e vindas, portanto, é fundamental que assumamos papel de mediadores na ação educativa; mediadores que realizam intervenções pedagógicas no acompanhamento da ação e do pensamento individualizado infantil.
A avaliação é um importante instrumento para que o professor possa obter dados sobre o processo de aprendizagem de cada criança, reorientar sua prática e elaborar seu planejamento, propondo situações capazes de gerar novos avanços na aprendizagem das crianças.
A avaliação se dará de forma sistemática e contínua ao longo de todo o processo de aprendizagem, com atividades contextualizadas para que se possa observar a evolução das crianças, com registros em relatórios, fotos, vídeos e outros dos avanços e conquistas da crianças.
Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. Paulo Freire


Bibliografia 
  • BOFF, L. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
  • HOFFMANN, Jussara. Avaliação. Mito & Desafio. Uma perspectiva construtivista. Porto Alegre. Mediação. 1998.
  • NAESS, A. In: BARBOSA, Mariana. “De bem com a natureza”. Superinteressante,São Paulo: 1999.


Proposta Pedagógica

Minhas intenções são as de trabalhar regras e limites de convívio social entre crianças e adultos. Desenvolver as habilidades motoras, a concentração, o interesse pelo novo, trabalhar com as diferentes linguagens incluindo o letramento, sempre de uma maneira muito lúdica garantindo assim o direito à infância, a diversidade cultural, respeitando a individualidade, a criticidade e a autonomia de cada criança.
Pretendo trabalhar com os temas transversais que embasarão todo o trabalho. Sendo que o carro chefe deste ano será o Meio Ambiente. Os outros temas: Educação Alimentar e Respeito às diferentes etnias, também serão trabalhados durante o ano todo, dentro de diversos contextos.
Por que escolhi trabalhar enfocando mais o tema Meio ambiente este ano?
As crianças refletem e gradativamente tomam consciência do mundo de diferentes maneiras em cada etapa do seu desenvolvimento. As transformações que ocorrem em seu pensamento se dão simultaneamente ao desenvolvimento da linguagem e de suas capacidades de expressão.
Á medida que crescem se deparam com fenômenos, fatos e objetos do mundo; perguntam, reúnem informações, organizam explicações e arriscam respostas; ocorrem mudanças fundamentais no seu modo de conceber a natureza e a cultura.
Nos primeiros anos de vida, o contato com o mundo permite à criança construir conhecimentos práticos sobre seu entorno, relacionados à sua capacidade de perceber a existência de objetos, seres, formas, cores, sons, odores, de movimentar-se nos espaços e de manipular os objetos. Experimentar expressar e comunicar seus desejos e emoções, atribuindo as primeiras significações para os elementos do mundo e realizando ações cada vez mais coordenadas e intencionais, em constante interação com outras pessoas com quem compartilha novos conhecimentos.
Ao lado de diversas conquistas, as crianças iniciam o reconhecimento de certas regularidades dos fenômenos sociais e naturais e identificam contextos nos quais ocorrem. Costumam repetir uma ação várias vezes para constatar se dela deriva sempre à mesma conseqüência. Inúmeras vezes colocam e retiram objetos de diferentes tamanhos e formas em baldes cheios d água, constatando intrigadas, por exemplo, que existem aqueles que afundam e aqueles que flutuam. Observa, em outros momentos, a presença da lua em noites de tempo bom e fazem perguntas interessantes quando localizam no céu durante o dia.
Movidas pelo interesse e pela curiosidade e confrontadas com as diversas respostas oferecidas por adultos, outras crianças e/ou por fontes de informação, como livros, noticias e reportagens de rádio e TV etc., as crianças podem conhecer o mundo por meio da atividade física, afetiva e mental, construindo explicações subjetivas e individuais para os diferentes fenômenos e acontecimentos. Quando menores forem as crianças, mais suas representações e noções sobre o mundo estão associadas diretamente aos objetos concretos da realidade conhecida, observada, sentida e vivenciada.
Noto desde o primeiro dia na EMEI, que elas ficam muito tempo observando os insetos e animais que estão nas áreas livres da EMEI e próxima a ela, e por isto decidi em conjunto com as crianças que nossa turma este ano será a “Turma dos amigos da natureza” e nossa mascote será uma formiga.
Para que esta mascote não tenha o cunho religioso a formiga não será o Smilinguido, visto que a imagem deste faz menção direta a religião evangélica, portanto a formiga escolhida foi a de um desenho animado da Pixar “Vida de Insetos”.
Iniciarei o trabalho escolhendo um nome para a mascote, trabalhando assim o nome de cada criança, porque deste nome, quem escolheu seu significado e a ascendência de sua família.
O trabalho com a formiga nos levará a introduzir os procedimentos básicos científicos por meio da pesquisa e observação. Um bom começo para isto é a observação da natureza e isto as crianças já fazem sem que seja solicitado, e a cada descoberta vem ansioso contar a professora. Ao observarem a rotina de trabalho e o modo de vida desse inseto, os pequenos descobrem como são organizadas as sociedades.
Pretendo organizar um formigueiro com eles a partir de pesquisas feitas em conjunto com a família, e trabalhar as diferentes versões da história da “Formiga e a Cigarra”, entre outras.
Ainda dentro deste tema Meio Ambiente, pretendo fazer uso do livro “ O Diário de uma Minhoca”, e comparar a vida da minhoca com a das crianças e a das formigas, já estudadas.
Trabalhando assim o tema Terra em suas duas instancias, ou seja terra enquanto solo e enquanto planeta.
Farei uso de diversos materiais para isto, entre eles o livro: “Terra Maravilhosa”, “Onde estamos”, “Turma do UTIlixo”, “Coleção Planetinha Azul” e de vários vídeos dentro deles o “Zé o desatento” desenho animado de curta duração realizado pelo projeto do prof. Mauricio Squarizzi.
Os conceitos matemáticos serão trabalhados diariamente, através de atividades do cotidiano, associando números e quantidades, calendário, cor, forma, textura, odor, som, peso e noções de tempo. Classificando materiais, exploração do ambiente e observação do clima.
O trabalho com artes plásticas será através de músicas, dramatização sendo de uma história ou livre com fantoches na sala, desenhos, modelagens, pinturas e também no azulejo, e também com confecção de brinquedos de sucata, os quais resgatarão a nossa cultura , isto é , brinquedos de origem folclórica como peteca, pião, bonecas de meias, bilboquê, cinco – Maria, entre outros. Estes serão confeccionados quinzenalmente.
Na Educação Alimentar, pretendo trabalhar com os diferentes hábitos gastronômicos, lembrando sempre que necessitamos de uma alimentação saudável, isto será através da culinária da sala, a qual será quinzenal e do auto servimento, estimulando-os a experimentarem os alimentos desconhecidos e também os orientados sobre o desperdício.
A linguagem oral será realizada diariamente através da leitura de livros pela professora, livros manuseados por eles, confecção de convites, bilhetes, cartões, recontar filmes e histórias, cartas. E também com elaboração de histórias através do Projeto Criando Histórias, este acontecerá com objetos que serão levados para casa por uma criança, e esta com o auxilio de um familiar o qual terá o papel de escriba, elaborará uma história, texto coletivo, poesias e jornal, enfim tudo o que está relacionado ao letramento de maneira ampla, esta atividade será a principio semanalmente, mas poderá ter seu prazo alterado (diminuído) caso haja necessidade ou a pedido das crianças e ou do envolvimento dos pais.
Também trabalharei com o “Caldeirão de Poemas”, este consiste em um caldeirão de alumínio pendurado no teto da sala e uma vez por dia ou por semana (de acordo como interesse das crianças), uma criança com uma varinha mágica (a qual terá um imã na ponta ) irá sortear um poema ou história para ser trabalhado.
Outra atividade que acontecerá na sala é a Mala de Leitura, está terá objetivo de levar leitura aos familiares das crianças, esta atividade consiste em uma bolsa grande ou mala com textos de diversos gêneros como revistas sobre saúde, tecnologia, terra e afins, revistas em quadrinhos infantis, além de um livro com pequenas crônicas, e diversos livros infantis, dentro deles um com dobraduras, um para bebê com folha especial (grossa e som), um DVD com desenho animado e um caderno para registro, neste os familiares deverão relatar como foi a experiência de terem acesso a diversos matérias textuais por uma semana (este projeto é da professora, todos os materiais serão comprados com o dinheiro da professora e não interferirá no empréstimos de livros infantis realizados quinzenalmente pela EMEI ).
A caixa surpresa é outro item que será trabalhado em sala de aula, está consta em colocar qualquer objeto simples dentro de uma caixa a qual será enviada para a criança e as outras crianças deverão através de especulações e pistas descobrir de que se trata. Esta atividade será diária.
Todas as atividades realizadas com as turmas ocorreram através de projetos de trabalho. Porque trabalhar com projetos de trabalho e não com tema gerador?
Entendo que tema gerador foi concebido como uma forma de ampliar a interdisciplinaridade. Muitas vezes, no entanto, essa junção era uma “forçada de barra”, uma integração artificial e ilusória, porque é difícil explorar bem os conteúdos de tantas disciplinas. Num projeto, os conteúdos estão muito bem definidos, pois as crianças precisam de uma diversidade de situações de aprendizagem sobre um determinado assunto para aprender.
Os temas geradores são assuntos, não questões ou situações-problema que motivem o desenvolvimento de um projeto. O tema em si não é motivador e geralmente é apresentado pelo professor sem a participação dos alunos. Retomando, meu trabalho se dará através de projetos, partindo dos interesses e necessidades dos grupos em questão, pois julgamos que, quando os “fazeres” da sala de aula partem daquilo que realmente está chamando a atenção da criança, as atividades tornam-se mais significativas. Também entendemos que, quando se considera os desejos e as curiosidades infantis, estamos abordando as questões sócio-ambientais presentes no cotidiano dos/as alunos/as, ampliando o universo de significações a partir da realidade que estão vivenciando, articulando a escola com a vida.
É preciso desacomodar-se, buscar o “inédito viável” proposto por Paulo Freire, ou seja, uma educação possível de ser concretizada, cheia de significados para todos os envolvidos no processo educativo. Porém, “desacomodar” não é fácil, muito tem que se “lutar” para isso, começando por nós mesmos, pelo nosso próprio fazer pedagógico.
As crianças da Educação Infantil estão “conhecendo o mundo” (Freire, 1992), sentindo, identificando-se e envolvendo-se cada vez mais com o meio em que vivem. Despertar a curiosidade em relação ao contexto é possibilitar a construção do conhecimento a partir da realidade.
O trabalho com projetos possibilita um grande envolvimento na prática cotidiana. A professora com as crianças vive o processo de construção do projeto. Isso torna possível a constante reflexão sobre a prática pedagógica, articulando as experiências realizadas com o contexto que vivenciam.
Os temas partem das necessidades/desejos do grupo percebidos pela professora. Essa tem o papel de mediadora na sala de aula, ou seja, vai viabilizando e organizando o trabalho através de constantes observações da turma para assim perceber o que está despertando o interesse das crianças. Estes temas são colocados em discussão no grupo através das rodas de conversa. Essas rodas são momentos importantes, pois constituem o espaço de argumentações/contribuições acerca de determinados assuntos. Dessa forma, oportunizamos uma educação dialógica, onde os “conhecimentos de mundo” entrelaçam-se aos “conhecimentos científicos”, através da pesquisa. A professora assume nessa proposta educativa, uma postura não neutra, levando os/as alunos/as a exporem seus posicionamentos.
“O planejamento desenvolvido através de projetos pedagógicos, em educação infantil, tem por fundamento uma aprendizagem significativa para as crianças. Eles podem se originar de brincadeiras, de leitura de livros infantis, de eventos culturais, de áreas temáticas trabalhadas, de necessidades observadas quanto ao desenvolvimento infantil. Vários projetos podem se desenvolver ao mesmo tempo, de tal forma que se dê a articulação entre o conhecimento científico e a realidade espontânea da criança, promovendo a cooperação e a interdisciplinaridade num contexto de jogo, trabalho e lazer.” (Hoffmann, 1999, p. 43)
Nessa proposta não existem temas que não possam ser abordados, nem existe limites/limitações para aprender. Esse trabalho preconiza a busca/construção do conhecimento.
“A criança desenvolve-se pela experiência social, nas interações que estabelece, desde cedo, com a experiência sócio-histórica dos adultos e do mundo por eles criado. Dessa forma, a brincadeira é uma atividade humana na qual as crianças são introduzidas constituindo-se em um modo de assimilar e recriar a experiência sócio-cultural dos adultos.” ( Wajskop,1997, p.25)
Trabalharemos sempre utilizando o brincar como eixo norteador na sala de aula. Isso porque, não acreditamos em um trabalho puramente mecânico e cheio de técnicas. Pensamos que se queremos proporcionar um ambiente aonde a criança vá construindo seu conhecimento é preciso que esse espaço seja significativo para ela, pois é através do “faz – de –conta”, das brincadeiras que vão realmente aprendendo.
A sala será montada diariamente com os cantinhos, vejo sua importância por ser um ambiente propício para desenvolver todas as habilidades de maneira prazerosa, já que possui inúmeros materiais adequados à realização de atividades lúdicas.
Segundo Kramer (1998) a utilização de cantinhos na sala de aula é de fundamental importância para o bom desenvolvimento da criança, pois assim as crianças terão a oportunidade de estudar em um ambiente propício para desenvolver suas habilidades de uma maneira prazerosa e lúdica.
“Nesse tipo de trabalho, os professores observam permanentemente a movimentação das crianças e, ao mesmo tempo, dos diferentes grupos, a fim de oferecer novos materiais, desafios ou situações capazes de enriquecer as experiências e ampliar os conhecimentos em jogo.” (KRAMER, 1998, p.76).
A avaliação e registro feito diariamente através da observação e acompanhamento do desenvolvimento do aluno, registro individual do aluno, diário de classe e anotações no caderno, imagens, painéis, fotos e livro da classe feito pela classe e professora.
De maneira geral minha intenção para o final de ano é que as crianças consigam encontrar prazer e assimilar com os conteúdos passados o respeito à individualidade e a peculiaridade de cada ser vivenciando sua infância com plenitude.

Bibliografia Utilizada
  • FREIRE, Madalena. A paixão de conhecer o mundo: relatos de uma professora. Rio de Janeiro: Paz HOFFMANN, Jussara. Avaliação na Pré-Escola: Um olhar sensível e reflexivo sobre a criança.
  • KRAMER, Sonia. Com a pré-escola nas mãos: uma alternativa curricular para a educação infantil. São Paulo: Ática, 1998.
  • WAJSKOP, Gisela. Brincar na Pré-Escola. São Paulo: Cortez, 1995. Porto Alegre: Mediação, 1999.

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